As terras que formam o município de Tanhaçu pertenciam a Antônio Guedes de Brito (1627 – 1694), descendente da casa da ponte de Portugal, e fazia parte de um dos maiores latifúndios do Brasil colônia, uma extensa faixa de mais de 150 léguas de terras, que se estendia de Jacobina até o Rio das Velhas em Minas Gerais.

No início do século XVIII, o sertão baiano, passa a ser revirado, por sertanistas e aventureiros à procura de pedras preciosas.

Do regimento de Pedro Leolino Mariz, foi organizada uma expedição, e confiada o comando a André da Rocha Pinto, que fora promovido a ao posto Capitão Mor dos distritos das cabeceiras e sertões do Rio das Contas, conforme carta patente assinada pelo Vice Rei de Portugal Vasco Cesar de Menezes.

A expedição partiu de Rio de Contas (atual Livramento de Nossa Senhora), em 27 de junho de 1727. Cartas direcionadas ao rei de Portugal em janeiro de 1732, dão conta de que o Capitão André da Rocha Pinto, ainda se encontrava em luta com os índios nos sertões do Rio de Contas. Acredita-se que o velho Bandeirante André da Rocha Pinto tenha falecido na década de 1730, fato é que o seu filho Sebastião da Rocha Pinto, foi o responsável pela colonização de uma extensa faixa de terras no atual município de Ituaçu, que se estende desde as fazendas Ovelha, Furnas (Boquirão), Chapadinha até a Laginha (atual município de Tanhaçu), incluindo as terras da sede do município de Ituaçu, a fazenda Brejo Grande. O Bandeirante André da Rocha Pinto estava autorizado a explorar as terras da margem esquerda do Rio da Contas, mais gostou de uma faixa de terras à margem direita do rio, então comprou dos herdeiros do Conde da Ponte, uma faixa de terras de meia légua de frente por uma légua de comprimento, que denominou de Fazenda Baraúna, (distante 1km de Suçuarana).

Na segunda metade do século XVIII, o crescimento da atividade do garimpo nas minas do Rio das Contas e mais tarde nas lavras diamantinas, aumentou a demanda por alimentos, intensificando a atividade agrícola e pecuária nas terras que compõe o município de Tanhaçu, estabelecendo  fazendas, na região do Bicudo, Laços e na região de Suçuarana (Foi criado o distrito de Várzea Queimada em 1890, Suçuarana aparece como distrito no censo de 1920).

Durante todo o século XIX o Povoado dos Laços, foi o aglomerado urbano mais importante das terras que hoje compõe o município de Tanhaçu, sendo origem de uma disputa política que fora decisiva na emancipação de Jequié. A disputa entre os Rabudos, comandado por José Marques da Silva o Zezinho dos Laços, e os Mocós, liderados pela família Gondim de Ituaçu. A disputa pelos cargos e títulos da recém criada República, deixou em pânico toda região, causando repercussão, e grande preocupação aos governantes da Província da Bahia.

No início do século XX, os Cangaceiros espalham o terror e o medo por toda região. O grupo de Virgilino, que era nascido no Tucum e depois mudou-se para os Laços, foi o mais temido da região, sendo liquidado pela Força Volante em julho de 1934.

Na década de 1920, Sussuarana começa a se destacar como aglomerado urbano, inclusive com forte participação política, sob a liderança de Minervino Dias, que chegou a presidir o conselho de Administração de Ituaçu, equivalente à presidência da câmara de vereadores e mais tarde seu filho Guilherme Dias, nascido em Suçuarana, foi Deputado Estadual.

No ano de 1895, o Presidente da Província da Bahia, construiu a “Lagoa do Governo”, na Fazenda Lagoa dos Porcos (atual cidade de Tanhaçu), nesta mesma década de 1890, foram criadas as primeiras escolas, nos Laços, Susuarana e Pastinho.

Era grande o clamor dos influentes políticos e comerciantes de Ituaçu, para a construção da ferrovia. As viagens a Salvador eram difíceis. A primeira parte era feita a cavalo até Machado Portela, no atual município de Mircionílio Souza, e daí de trem até São Félix, de onde seguiam de barco. O trecho sul da Leste Brasileiro já estava chegando a Brumado em meados dos anos 1920, o que ligaria a região à São Paulo de trem.

Em 1943, é inaugurada a estrada de Ferro, e a estação da Lagoa dos Porcos (Tanhaçu), era o ponto mais próximo da cidade de Ituaçu. Logo os primeiros empreendedores armaram as primeiras barracas, para vender alimentos e água aos usuários do transporte ferroviário, que transportava de tudo, animais, frutas, cereais etc. O trem de ferro era o mais moderno meio de transporte, que passava a colocar o sertão em ligação direta com os grandes centros urbanos. Nasce aí o espírito do tanhacuense, o empreendedor nato, que se aventura ás margens de uma estação no meio do nada para desenvolver a atividade comercial. Surge as primeiras casas, as pessoas começam a migrar do Povoado dos Laços, sede do Distrito de São Sebastião dos Laços, criado em 1935, da cidade de Ituaçu. E em menos de 10 anos, a partir da estação da surge um vilarejo com mais de 100 residências. O distrito de Laços, recebe a denominação de Tanhaçu, que passa a ser sede do distrito. 1953, é inaugurado o sistema de água da ferrovia. O mundo vive pós guerra, o Brasil colhe os frutos dos Governos Vargas, a economia se aquece, as pequenas descoroçadeiras de algodão movidas por juntas de boi, não dava mais conta de produzir os fardos de algodão para atender a demanda. Surge então as primeiras usinas, na fazenda Lucaia, já funcionava com energia elétrica gerada na cachoeira da Lucaia. O algodão, a mamona a criação de caprinos e bovinos impulsionam a economia local, agora com trânsito livre com as grandes cidades da Bahia, Minas e são Paulo. No início da década de 1960, em menos de 20 anos, a vila de Tanhaçu, já possui mais de 200 casas, cresce a pressão pela autonomia política. Após a realização de dois plebiscitos, e trâmite na Assembleia Legislativa do Estado, em 22 de Setembro de 1961, Juracy Magalhães, promulga a Lei 1.493 que cria o município de Tanhaçu. Formado pelos distritos de Tanhaçu e Suçuarana.

Lista dos Prefeitos de Tanhaçu.

Texto e Pesquisas: Edson Carlos